segunda-feira, 26 de abril de 2010

Umbanda Quem es?

O presente texto foi uma mensagem recebida do plano espiritual e escrita  por Elcyr Barbosa.

Quem sou?
É difícil determinar,
Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto Velho, a ocará do Bugre, a cerimônia do Pajé, a encruzilhada do Exú,
O jardim da Ibejada, o nirvana do hindu e o céu dos Orixás.
Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do Caboclo e do Exú,
O cigarro da Pomba Gira e o doce do Ibejê.
Sou a gargalhada da Rosa Caveira do Cruzeiro das Almas, o requebro da Maria Padilha,
A Seriedade de Seu Marabô.
Sou o Sorriso e a meiguice de Maria Congá de Aruanda, a tranquilidade de Mariazinha da Praia,
Risotinho, Joãozinho da Mata e a sabedoria do Caboclo Tupynambá.
Sou o fluído que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.
Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso.
Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.
Sou livre. Não tenho Papas.
Sou determinada e forte.
Minhas forças? Elas estão no homem que sofre, e que chama por piedade, por amor, por caridade.
Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento.
Estão nos elementos. Na água, na terra, no fogo e no ar;
Na pemba, na tuia, na mandala do ponto riscado.
Estão finalmente na tua crença, na tua fé;
Que é o elemento mais importante na minha alquimia.
Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo,
Na última partícula da tua mente, onde te ligas ao criador. Quem sou?
Sou a humildade, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.
Sou o mistério, o segredo,
Sou o amor e a esperança. Sou a cura.
Sou de Ti, sou de Deus.
Sou Umbanda. Só isso. SOU UMBANDA.

História de Maria Mulambo

... Por volta de 1818 eu nasci.

Meu nome é Maria Rosa da Conceição, sou filha de um fazendeiro em Alagoas.

Cresci na fazenda de meu pai, e me apaixonei pelo capataz da fazenda, e acabamos nos encontrando escondido de meu pai.

Aos 19 anos, fui prometida para o filho de um outro fazendeiro. Mas sem amá-lo e amando profundamente o capataz da fazenda, resolvi fugir para Pernambuco.

Meu pai mandou nos perseguir e um dia fomos encontrados pelo novo capataz de meu pai e alguns jagunços.

Vi meu marido ser morto por golpes de facão e eu fui violentada e humilhada por todos que estavam ali e levada de volta para meu pai com minha filha recém nascida.

Meu pai me humilhou e com uma expressão de muito orgulho cuspiu no meu rosto e no de minha filha e nos expulsou.

Não tive medo de enfrentar a vida, mas minha filha não merecia este tipo de vida. Resolvi fugir novamente para Pernambuco e pedir amparo para minha filha aos meus tios.

Eles me receberam não como sobrinha, mas como serviçal e fui novamente muito humilhada e agredida, sendo que suportei em nome de minha filha.

Vi minha filha ainda muito pequena, que mal engatinhava morrer de varíola. Ai fugi novamente.

Agora sozinha e sem amparo, não tive alternativa a não ser me entregar a prostituição.

Nessa vida de orgias, muita bebida e fumo, acabei por pegar tuberculose e muitas doenças venéreas.

Pssei a ser rejeitada até pelas prostitutas do lugar e as pessoas sempre que me viam nas vielas, passaram a me chamar por puro escárnio de Maria Mulambo.

Os anos se passaram e fui encontrada pelos meus irmãos, mas já era muito tarde.

Em um de meus últimos suspiros, fui visitada e amparada por um espírito... Maria Padilha que estou ligada até hoje.

Sou Maria Mulambo. Desculpe, e fique em paz.