domingo, 23 de agosto de 2020

Omolu/Obaluae

 

Sempre ouvimos nosso Pai falar, você é filho de Omolú ou você é filha de Obaluae, mas esses orixás não são o mesmo? Qual a diferença entre eles?

Tanto Omolu quanto Obaluae são representados na terra.

Omolú em uma terra mais firme e seca (a terra firme do planeta) ligado ao oceano de Iemanjá.

Omolú é orixá masculino do polo negativo (absorvedor) do trono da geração, ele atua no chacra básico, no desencarne, no desligamento do espírito e na sua condução para outras esferas e dimensões de acordo com o merecimento de cada um. Ele também ampara os espíritos caídos dando sustentação as manifestações de vida. Como ele está no polo negativo, tem Iemanjá no polo positivo portanto ele ainda atua como agente paralisante dos seres que se desvirtuam, contrários aos princípios da Geração Divina, ou seja, Omolu cuida dos seres que se negativaram diante dos processos da vida, sejam eles gerativos ou criativos.

Obaluae representado pela terra mais úmida, mais fértil, mais propensa à germinação, ele esta ligado as águas paradas de Nanã.

Obaluae é orixá masculino do polo positivo (irradiador) do trono da evolução, ele atua no chacra esplênico (ou Chakra do Baço, está localizado na região do baço. Dentre os 7 chakras principais ele é o responsável por toda circulação sanguínea, é conhecido como o principal condutor vital, é o transmissor de vida para todos os demais órgãos do corpo). Este orixá nos traz evolução espiritual, (sapiência) sabedoria junto com paciência, transmutação, transformação de nossos sentimentos, cura da alma e estabilidade.  (Estudo baseado nos livros de Rubens Saraceni)


segunda-feira, 6 de abril de 2020

Série Lendas - Obaluae tem as feridas transformadas em pipoca por Iansã


Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluae viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os Orixás. Obaluae não podeia entrar na festa, devido a sua medonha aparência. Então ficou  espreitando pelas frestas do terreiro.
Ogum ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha que ocultava sua cabeça e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.
Apesar de envergonhado, Obaluae entrou, mas ninguém se aproximava dele.
Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Omolu e dele se compadecia.
Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê estava animado. Os Orixás dançavam alegremente com suas equedes.
Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de mariô, levantando as palhas que cobriam sua pestilência. Neste momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluae pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharem brancas pelo barracão.
Obaluaê, o Deus das doenças, transformou-se num jovem, num jovem belo e encantador.
Obaluaê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.
Texto extraído do livro: Mitologia dos Orixás – Autor: Reginaldo Prandi – ED Companhia das Letras.

https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11261

Série Lendas - OSSAIN, O Senhor das Folhas

Ossain recebera de Olodumaré o segredo das folhas. Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor. Outras, a sorte, as glórias, as honras, ou, ainda, a miséria, as doenças e os acidentes.
Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta. Eles dependiam de Ossain para manter a saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e imperioso, irritado com esta desvantagem, usou de um ardil para tentar usurpar, de Ossain, a propriedade das folhas.
Falou do plano à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos. Explicou-lhe que, em certos dias, Ossain pendurava, num galho de lroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas.
"Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias", disse-lhe Xangô. Iansã aceitou a missão com muito gosto.
O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando as árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada.
A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram. Os orixás se apoderaram de todas. Cada um tomou-se dono de algumas delas, mas Ossain permaneceu senhor do segredo de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação.
E, assim, continuou a reinar sobre as plantas, como senhor absoluto.
Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.

Texto extraído do livro: Lendas Africanas dos Orixás – Autor Pierre Fatumbi Verger. Ed: Pierre Verger

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Série Lendas - EXU - O Ferreiro e o Fole



Desde pequena tenho um fascínio por fogo e  costumo chegar cedo ao terreiro que frequento, não gosto de (tb não é correto) chegar após o início dos trabalhos e sempre que tenho a oportunidade, acompanho a preparação da defumação pelos filhos designados a função. 
Em nossa casa há um filho, que sempre que olho para ele vejo o cigano que o acompanha e em uma determinada data estava ele a preparar a defumação utilizando um Fole, que é uma ferramenta usada pelos ferreiros para atiçar fogo na hora da forja de metais, hoje também utilizado para acender a churrasqueira,  neste momento veio a visão de uma espécie de acampamento com algumas carroças e vários ciganos cantando e dançando em frente a uma fogueira, com um deles a acendê-la  com um instrumento bastante parecido ao utilizado pelo filho da casa. Por isso iniciarei os contos com este tema.


O Ferreiro e o Fole
O ferreiro e o fole andavam se desentendendo para saber qual dos dois era mais importante no trabalho da ferramentaria.
         - Se te falto, de que forma poderás manter acesas as brasas que tornam maleável o ferro que trabalhas? Sem mim és inútil e, por este motivo, sou mais importante do que tu! – afirmava o fole cheio de vaidade.
         Cansado de tanta amolação, o ferreiro foi pedir orientações a Exu e, para agradá-lo, presenteou-o com uma belíssima faca.
         No dia seguinte Exu compareceu pessoalmente à oficina e, como era de hábito, lá estavam os dois discutindo e o serviço parado...
         - É claro que és muito mais importante que este ferreiro inútil! – disse Exu ao fole. – Queres ver o quanto ele é incapaz? – E dirigindo-se ao ferreiro:
         - Anda sopre sobre as brasas! Quero ver se pode fazê-las ficarem acesas a ponto de incandescerem o ferro.
         E o podre homem, sem nada entender, começou a soprar inutilmente sobre os carvões, e, por mais que se esforçasse, não obtinha nenhum resultado. Os carvões mantinham-se apagados como no momento em que ali foram colocados.
         - Vês o quanto és fraco e inútil? – gritou Exu, humilhando ainda mais o ferreiro.
         - Agora, amigo fole, mostra nos o quanto és poderoso. Deixa que eu amarre tua boca à entrada da forja para que nada se perca do teu sopro arrasador.
         Tocado em sua vaidade, o fole permitiu que Exu amarasse sua boca à entrada da forja e, com alguns poucos sopros, acendeu as brasas. Imediatamente, os ferros ficaram incandescentes e prontos para ser trabalhados.
         - Agora este tolo já sabe qual de nós dois é o melhor, solta-me Exu, para que eu possa dar as ordens em seu trabalho! – solicitou o fole cheio de orgulho.
         - Soltá-lo? Mas por nada neste mundo!...- Surpreendeu Exu. – Teu lugar é aí, com a boca sobre as brasas, atiçando-as para que o ferreiro possa trabalhar em paz. Agora já deves saber qual dos dois é tolo e qual dos dois é mais importante dentro de uma oficina.
         A partir de então os foles têm suas bocas permanentemente presas às forjas e, sempre que precisa de seus préstimos, basta ao ferreiro espremer suas barrigas para que logo entrem em ação.

Texto extraído do livro Lendas de Exu – Adilson Martins – ed. Pallas
https://www.amazon.com.br/Lendas-Exu-Adilson-Martins-ebook/dp/B016R0N3M8

Intolerância Religiosa (Origem da série Lendas do blog)


Comenta-se com frequência a respeito da intolerância religiosa e eu quanto professora, jamais imaginaria que isto acontecesse em uma unidade de ensino, visto que noventa e nove por cento das pessoas que ali estão tem nível superior e acesso ao conhecimento. O assunto já foi inclusive tema do ENEM.
Observei ao logo dos anos dentro das escolas que a intolerância praticada era “velada”, quando uma das unidades em que trabalhava ganhou de um responsável uma coleção de livros. Os professores ficaram felizes com a oportunidade de oferecer um acervo maior aos seus alunos, porém ao direcionar os livros à biblioteca, dois ou três deles estavam separados e não foram para o acervo, a pessoa que recebeu a doação “retirou” os livros do acervo com a justificativa de que se os alunos levassem um livro “deste” para ler em casa os pais reclamariam, portanto estes seriam descartados.
A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro – assegura a todos a liberdade de crença e quando ouvimos as pessoas falarem do nosso País como laico, observamos a falta de medidas na luta contra a intolerância, uma vez que a intolerância é intensificada  pela “bancada evangélica” no poder público brasileiro, que interfere nas decisões politicas e sociais, muitas vezes incentivando a exclusão social e o direito à liberdade religiosa. É evidente que temos de tomar atitudes que amenizem o problema, é importante que nossos governantes sejam imparciais e as instituições de ensino sejam livres para mostrar nossa rica diversidade cultural.
A série de contos que colocarei abaixo pertencem a estes livros que seriam descartados. Acredito que devam sim serem divulgados, atingindo o maior número possível de pessoas.
A leitura tira as pessoas da ignorância. Segundo Adrian Luthiero e João Marcos Balby, "A leitura é a maior arma contra a ignorância, e o mais esplêndido modo de mudar o mundo. Pois com a leitura ganha-se conhecimento, e com conhecimento você conquista o mundo"
Eni Fenti
2020

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Oração a Pai Omolu


     Divino Pai da Geração, eu Vos peço que abençoe a minha vida, os meus sete corpos, os meus sete campos vibratórios e os meus sete sentidos;
Que a Vossa Bênção paralise toda e qualquer negatividade que pretenda fazer adoecer a minha vida e o meu caminhar;
Que a Vossa Proteção mantenha viva e saudável a morada da minha alma e do meu coração, para que nenhum pensamento, sentimento, palavra ou ação negativa tenha força na minha existência.
Divino Pai Omolu, eu Vos peço que me purifique e me ampare, que ampare a minha família, o meu lar e o meu trabalho material e espiritual, e que ampare os meus amigos, para que a Luz Divina esteja sempre viva em nós e em torno de nós.
Sagrado Pai Omolu, peço também a Vossa Bênção para os meus adversários encarnados e desencarnados, para que neles seja paralisado qualquer sentimento negativo em relação a mim, à minha família ou aos meus amigos. E que, assim, possam eles igualmente manter acesa a Luz Divina Sustentadora da Vida, evoluindo sempre.
Amado Pai Omolu, eu Vos peço que semeie dentro de mim as Sementes da Vida Verdadeira, para que eu me comporte como filho de DEUS e compreenda a Presença Divina em mim e nos meus semelhantes.
Sagrado Orixá Omolu, eu reverencio o Vosso Poder, a Vossa Força e a Vossa Atuação na minha vida e na vida de todos os seres.
Obrigada, meu Pai!
Que o Vosso Nome seja sempre lembrado com reverência e amor, por todos os filhos da Terra.

Que assim seja, e assim será!

sábado, 26 de dezembro de 2015

Os Chacras


Chacra coronário que corresponde a vibração de OXALÁ, é de cor violeta e representa a consciência e o conhecimento, ele permite a ligação do homem às energias superiores. Relaciona-se à glândula PINEAL, fisicamente atua no sistema nervoso central. Em desequilíbrio, nos causa ausência de sintonia com a espiritualidade, estado de depressão, falta de significado na vida e alienação, materialismo exacerbado, ausência de fé e objetivos na vida. 



Chacra frontal que corresponde a vibração das SENHORAS (Oxum, Iemanjá, Iansã e Nanã), é de cor azul (índigo ), relaciona-se a vidência e a intuição e esta ligado aos sentidos. Associa-se à glândula PITUITÁRIA (Hipófise). Comanda o sistema visual e auditivo, sendo também responsável pela concentração, memória e imaginação. Quando em desequilíbrio poderá trazer problemas de visão, rinite, falta de atenção, com dores de cabeça frequentes e pesadelos.

Chacra laríngeo que corresponde à vibração de IBEJI (Iori ou crianças), de cor azul claro associa-se a glândula TIREÓIDE (e paratireoides) ligada ao metabolismo do corpo, rege ainda a garganta, a laringe, as cordas vocais, a boca e o nariz. Relaciona-se a comunicação, a criatividade e a capacidade de receber e assimilar as informações. Desequilibrado, causa garganta inflamada, resfriado, problemas na tireoide, faringe e dentes, incertezas, indecisões, gagueira, fadiga e asma, dificuldades nas realizações, falta de maturidade para conviver com críticas externas e também problemas com o sistema endócrino.




Chacra cardíaco que corresponde a vibração de XANGÔ, de cor verde, é associado ao TIMO e comanda o coração e o sistema circulatório, sendo responsável também pela saúde e vitalidade do corpo físico.  Relaciona-se ao amor incondicional, é por ele que passa toda nossa energia. Quando existe um bloqueio nesse chacra, a pessoa sente depressão, angústia, irritação ou pontadas no peito, sensação de vazio, supressão do sistema imunológico, bloqueio das emoções superiores rancor, mágoas, dificuldades de perdão, egoísmo e problemas cardíacos.

Chacra plexo solar que corresponde a vibração de OGUM, é de cor amarela está associado ao PANCREAS, rege o aparelho digestivo e renal.  Relaciona-se a vitalidade, ao saber, a comunicação, ao aprender, ele representa a personalidade do ser humano. Desequilíbrio: causa enjoo, medo ou irritação timidez, egoísmo, narcisismo, egocentrismo, propensão para a raiva e violência, falta de sociabilidade, alergias, tristeza, desanimo, falta de energia, preocupações excessivas, medo de agir, indecisões, úlceras, gastrites, problemas nos rins e má digestão.

Chacra umbilical que corresponde a vibração de OXÓSSI, localiza-se dois dedos abaixo do umbigo, de cor laranja, associa-se as GONADAS (testículos e ovários). Regem os órgãos sexuais, reprodutores e é a sede do instinto da preservação da espécie. Relaciona-se a curiosidade, a sexualidade, ao prazer material, é o chacra da reprodução. Desequilíbrio: falta de vitalidade, impotência, desânimo, anomalias uterinas, na bexiga, rins, ovário e próstata, ou muita insatisfação pessoal, porque  este Chacra nos proporciona o prazer de viver.





Chacra básico que corresponde a vibração das ALMAS (Almas, Pretos Velhos e Exus) de cor vermelha associa-se as GLÂNDULAS SUPRARRENAIS, comanda a coluna vertebral, pés, e instintos físicos. Relaciona-se a sobrevivência, ao mundo material e físico, através dele se dá a conexão do ser com o planeta.