Comenta-se
com frequência a respeito da intolerância religiosa e eu quanto professora, jamais
imaginaria que isto acontecesse em uma unidade de ensino, visto que noventa e
nove por cento das pessoas que ali estão tem nível superior e acesso ao
conhecimento. O assunto já foi inclusive tema do ENEM.
Observei
ao logo dos anos dentro das escolas que a intolerância praticada era “velada”, quando
uma das unidades em que trabalhava ganhou de um responsável uma coleção de
livros. Os professores ficaram felizes com a oportunidade de oferecer um acervo
maior aos seus alunos, porém ao direcionar os livros à biblioteca, dois ou três
deles estavam separados e não foram para o acervo, a pessoa que recebeu a doação
“retirou” os livros do acervo com a justificativa de que se os alunos levassem
um livro “deste” para ler em casa os pais reclamariam, portanto estes seriam
descartados.
A
Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico
brasileiro – assegura a todos a liberdade de crença e quando ouvimos as pessoas
falarem do nosso País como laico, observamos a falta de medidas na luta contra
a intolerância, uma vez que a intolerância é intensificada pela “bancada evangélica” no poder público
brasileiro, que interfere nas decisões politicas e sociais, muitas vezes
incentivando a exclusão social e o direito à liberdade religiosa. É evidente
que temos de tomar atitudes que amenizem o problema, é importante que nossos
governantes sejam imparciais e as instituições de ensino sejam livres para
mostrar nossa rica diversidade cultural.
A
série de contos que colocarei abaixo pertencem a estes livros que seriam
descartados. Acredito que devam sim serem divulgados, atingindo o maior número possível
de pessoas.
A
leitura tira as pessoas da ignorância. Segundo Adrian Luthiero e João Marcos
Balby, "A leitura é a maior arma contra a ignorância, e o mais esplêndido
modo de mudar o mundo. Pois com a leitura ganha-se conhecimento, e com
conhecimento você conquista o mundo"
Eni Fenti
2020
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