terça-feira, 13 de outubro de 2009

Erês na Umbanda

Como sempre após cada gira, reflito muito sobre o que eu aprendi e o que preciso aprender ou melhorar. Nesta segunda não foi diferente, embora eu não tenha ficado até o final, percebi o quão importantes são os Erês, “as crianças”, que representam a alegria, a sinceridade, a inocência, embora muitos que ali estavam só viam uma festa com doces, brincadeiras e descontração, não perceberam a grande importância desses seres que são divindades que indicam a contradição e a existência dos opostos. São associados ao nascimento, ao germinar das plantas, a nascente de um rio e representam tudo que é puro.
São entidades de grande sabedoria, e muitas vezes através das brincadeiras falam muitas “verdades” que precisamos ouvir de vez em quando...
Ao longo da vida, intoxicamos nossas mentes com sentimentos de raiva, ódio, impaciência, tristeza, rancor e outros sentimentos mais. É claro que não podemos conviver apenas com as pessoas de quem somos afins, de quem gostamos, de quem nos compreendem, de quem amamos, mas se pensarmos um pouco perceberemos ai, o nosso papel...
Deus coloca em nossas vidas pessoas contrárias àquilo que queremos ter como amigos, como colegas de trabalho, como família, enfim, ele esta nos mostrando o verdadeiro papel do ser humano, que é compartilhar com os que não tem, dividir o nosso amor com os que sentem ódio, inteligência com os menos inteligentes, compreensão com os aflitos, compreender as diferenças e que ao olhar e criticar o outro, estamos na realidade mergulhando num vale sem luz, pois muitas vezes o que criticamos no outro esta incutido em nós mesmos, que somos falhos e mesquinhos ao querermos perfeição do outro, se só Deus é perfeito, se todos nós estamos aqui para melhorarmos, para evoluirmos, portanto vamos abrir nossos corações, deixar as amarguras fora dele, buscar na inocência dos Eres, amarmos uns aos outros independente de seus defeitos.
Vou contar uma historia que ocorreu em uma gira de Erê que li algum tempo atrás e não mais esqueci, e gostaria que também refletissem sobre ela.
Uma das crianças incorporada em uma gira, ao andar entre a assistência perguntava a elas se “gostavam de comer coco de nariz”, é claro que todos respondiam que não pois é nojento.
Questionado sobre o porquê da pergunta respondeu:
-“Ao comer coco de nariz estamos nos alimentando de sujeiras de nosso corpo, é ruim e nos faz mal.”
Em seguida questionou quem lhe fez a pergunta:
- “Por que vocês acham nojento se alimentar das sujeiras do corpo, se vocês fazem o mesmo com sua alma, alimentando-a de sujeiras, energias impuras, mantendo-se na raiva, na incompreensão e na discórdia?”.
Muitas vezes queremos que nossa vida mude e esquecemos que se nós não mudamos nosso comportamento a vida também não muda.
Pensem nisso.
Oni Beijada!

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